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Utreexo: brasileiro busca melhorar descentralização do Bitcoin

O brasileiro Davidson Souza e mais dois desenvolvedores trouxeram uma proposta bem interessante chamada Utreexo. A ideia é deixar o Bitcoin mais acessível, permitindo que mais pessoas consigam verificar transações usando equipamentos mais simples. Com isso, a segurança e a descentralização da rede podem melhorar bastante.

Desde a criação do Bitcoin, quem opera um node precisa guardar todas as UTXOs (sigla em inglês para “Unspent Transaction Outputs”) para validar as transações. O problema é que esses dados ocupam cerca de 11 GB e exigem SSDs modernos para funcionarem bem, o que pode ser um custo alto para muitos usuários.

A sacada do Utreexo é criar um acumulador que utiliza menos de 1 KB para validar essas informações. Um formato muito mais leve e prático.

Buscando Colaboração com Outros Desenvolvedores

A proposta, que está disponível no GitHub, foi organizada em três BIPs (Propostas de Melhoria do Bitcoin). O primeiro BIP apresenta a ideia em si, o segundo fala sobre como ela deve operar e o terceiro detalha como os nodes vão compartilhar as provas na rede.

Conversando com o Livecoins, Davidson explicou a proposta de maneira clara e destacou seus benefícios. Ele comentou que os nodes precisam armazenar todas as moedas que ainda não foram utilizadas (as UTXOs). A cada nova transação ou bloco recebido, essas UTXOs são fundamentais para validar tudo. Porém, a quantidade de dados é considerável e precisa de armazenamento rápido, para não prejudicar a performance.

Davidson trouxe uma explicação simples: “Criamos uma maneira alternativa de representar esse conjunto, chamada Utreexo. Com esse acumulador, que tem mais de 1 KB, conseguimos provar que algo pertence ao conjunto. Quando recebemos uma transação, também recebemos uma prova de que as UTXOs estão lá.” Ele ainda acrescentou que isso envolve um pequeno trade-off em termos de banda e capacidade de processamento, mas o ganho em armazenamento e latência vale a pena.

Vale lembrar que a ideia do Utreexo começou a ser desenvolvida em 2019 pelo Thaddeus Dryja, que também está envolvido na Lightning Network. Isso mostra que a proposta já passou por um bom tempo de amadurecimento.

Agora, os criadores estão abertos a sugestões de outros desenvolvedores para aprimorar ainda mais a proposta.

Como o Utreexo Pode Revolucionar o Bitcoin

O Utreexo é mais uma opção dentro das várias iniciativas para melhorar o Bitcoin. O melhor de tudo é que ele não vai exigir um soft fork para ser colocado em prática, já que não muda nada na forma como os nodes funcionam atualmente.

Isso significa que tanto os usuários quanto a rede terão mais segurança, sem precisar investir em equipamentos mais caros. O co-autor Calvin Kim ressaltou que até dispositivos simples, como um Raspberry Pi ou um smartphone, podem ser utilizados junto com um computador principal para tornar a sincronização dos blocos muito mais rápida.

O Utreexo, portanto, demonstra como o Bitcoin está aberto a inovações, consolidando a criatividade e o conhecimento de desenvolvedores do mundo todo, incluindo do Brasil.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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